*Por Maria Goretti de Sá ( fundadora e atual presidente da ONG)
No ano de 2004, um grupo de amigos, a maioria estudantes e professores, sensibilizados com a inexistência de coleta seletiva nos condomínios da Várzea, onde a maioria reside, iniciaram um MOVIMENTO, denominado AME A TERRA.Vários encontros foram realizados envolvendo principalmente crianças e adolescentes, buscando sensibilizá-los para esta prática. Ainda como Movimento, participamos da Feira dos “3 Rs”, promovida pela ASPAN. Estávamos envolvidos com o que denominamos “ecologia rasa” (reciclar, reaproveitar, reutilizar, etc).
A necessidade de aprofundar nossa atuação se fez presente e queríamos agir também no que definimos como “ecologia profunda”. Isto é, desenvolver ações que sensibilizem os humanos a atuar na causa dos problemas, e não nos efeitos. Como por exemplo, repensar o consumo, recusar produtos não biodegradável, plantar árvores e lutar contra a destruição destas. Enfim, incentivar reflexões profundas sobre nosso estilo de vida, sobre nossas reais necessidades: será que precisamos consumir refrigerantes? Principalmente se estes são armazenados em garrafas de plástico, produto de difícil degradação? Será que precisamos trocar de aparelho celular, computador, etc, somente porque o nosso não esta “na moda”? estas questões nos levaram a alçar vôos mais altos e iniciarmos palestras, vivências e plantio de árvores ( nos anos de 2009 e 2010, plantamos cerca de mil árvores nativas da mata atlântica no nosso núcleo de vivências – zona rural da Vila Rosário- Cabo de Santo Agostinho). Este “vôo”, também nos levou a transformar nosso MOVIMENTO em entidade jurídica. No caso o Centro de Vivencia Ecológico e Cultural – AME A TERRA, efetivamente fundado em julho de 2009.
Atualmente dispomos de dois núcleos de atividades localizados em locais diferentes do Cabo de Santo Agostinho: o núcleo de coleta seletiva e artesanato com material reaproveitáveis e o núcleo de Vivências Ecológicas na zona rural da cidade do Cabo de Santo Agostinho. Neste último onde a natureza é exuberante, desenvolvemos dinâmicas de reconexão com a Mãe Terra, e atividades que tenham como referência a sustentabilidade, implantando tecnologias alternativas ( banheiro seco, ciclo de bananeiras, eco-construção de bambu, super-adobe e adobe, hortas em mandalas, etc). No núcleo da Vila Claudete, iniciamos dia 11 de julho deste, os projetos de COLETA SELETIVA e COSTURANDO ARTE, através dos nossos “artesões ecológicos”, em parceria com o Movimento dos Moradores da Vila, da LANXESS e do Comitê de Sustentabilidade da Implantação PTA POY PET da Odebrecht Engenharia Industrial.
Muito ainda pretendemos realizar. Para isto buscamos apoio e envolvimento daqueles que possam ajudar.
Cabo de Santo Agostinho, 15 de julho 2011.